STJ nega pedido do MPE para decretar prisão de empresário pelo desvio de fortuna na saúde

STJ nega pedido do MPE para decretar prisão de empresário pelo desvio de fortuna na saúde

A 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça negou pedido do Ministério Público Estadual para decretar, novamente, a prisão preventiva do empresário Lucas Coutinho de Andrade, réu pelo desvio de uma fortuna nas áreas da saúde e educação. A corte o livrou da cadeia no dia 20 de setembro do ano passado, após ficar quase três meses atrás das grades. Em julgamento virtual realizado entre os dias 27 de fevereiro e 5 deste mês, conforme o resultado publicado nesta sexta-feira (7), o MPE não se conformou com a concessão do habeas corpus e ingressou com embargos de declaração. O relator, ministro Rogério Schietti Cruz, negou o pedido em decisão monocrática e o recurso foi analisado pela turma. Após 10 anos: empresário será julgado por falsificar licença sanitária para participar de licitação Irmãos presos pelo desvio milionário no HR: ministro do STJ solta um e mantém outro preso Operação Turn Off: Justiça bloqueia R$ 12 mi de empresários, ex-assessor e empresas “O Parquet aponta contradição no julgado, ao sustentar que a decisão deixou de considerar ‘as informações prestadas pelo Ministério Público Federal em que informou haver indícios robustos de que o réu manteve-se na prática de novos delitos de lavagem de dinheiro, durante o período em que gozava de mediadas cautelares alternativas à prisão’”, pontuou o ministro. No entanto, ele considerou que, apesar do empresário ter dilapidado o patrimônio em R$ 8,3 milhões para evitar eventual ressarcimento dos cofres públicos, a informação não constou do acórdão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul para mantê-lo na prisão. “Além disso, a despeito de a Ministério Público trazer a informação de que o réu Lucas haveria descumprido medidas cautelares anteriormente impostas, é certo que tal fundamento não constou no decreto prisional proferido pelo Tribunal estadual e o acréscimo de fundamentação não é admitido na via do habeas corpus”, ressaltou Cruz. O pedido foi negado pela turma por unanimidade e votaram os ministros Og Fernandes, Sebastião Reis Júnior, Antônio Saldanha Palheiro e o desembargador convocado do Tribunal de Justiça de São Paulo, Otávio de Almeida Toledo. Lucas e o irmão, Sérgio Duarte Coutinho, foram alvos de várias operações de combate à corrupção, como Parasita e da Turn Off. São réus pelo desvio de mais de R$ 60 milhões na saúde e na educação, inclusive do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrosssian.